O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
A sala de aula, como espaço social, representa um campo plural e permanente de construção de saberes a partir de interações e representações que constituem as estruturas de produção de saberes. As interações incorporam significados gerados pelas representações e, estas, por sua vez, são reelaboradas pelas novas interações, criando novos significados, mediatizados pelo discurso de sujeitos situados em um determinado horizonte social, no caso, o espaço geográfico, da sala de aula, da escola ou da sociedade. O cotidiano das práticas pedagógicas de professores leigos e alunos revelam uma característica multicultural e multidisciplinar, ocupando espaços e tempos de ensino e aprendizagem diferentes dos espaços e tempos medidos e cronometrados pelo sistema oficial que em oposição ao cotidiano onde a lógica do tempo da aprendizagem e da ação docente têm uma dinâmica própria. As práticas pedagógicas de professores leigos em sala de aula se definem a partir de um espaço e tempo de vida cotidianos onde os sujeitos percebem o caráter cíclico de suas práticas, mas não percebem os diferentes tempos e espaços, geradores da história que presidem e dão diferentes sentidos a essas rotinas. Todo professor para ter este desempenho tem de se apropriar, também, dos usos de linguagem adequados a cada nível em que trabalham. Com base nisso, vale acrescentar que não se pode perder de vista que o professor também traz para o âmbito da vida e da cultura escolar representações, concepções, modos de fazer e de ser que se encontram diluídos na ação coletiva fora da escola. Embora no aspecto formal pareça homogeneizada, através de leis, fichas, regimentos, que ao mesmo tempo que tentam engessar o cotidiano escolar criam espaços para o seu questionamento, as práticas cotidianas são altamente diversificadas, constituindo-se, cada qual de uma dinâmica própria e identificando-se consigo mesmas e com as histórias das culturas