O Problema na Educação
No decorrer deste trabalho apresentaremos uma visão da educação pelo ponto de vista de Pierre Bourdieu, que a cita como uma “massificação de ensino’’, onde ele questiona a igualdade que está ausente nessas intuições, e de Darcy Ribeiro, em que destaca atitudes elitistas nas escolas brasileiras.
Qual é o papel do sistema escolar na sustentação do modelo de sociedade baseado na hierarquização de classes? Ela coopera na formação de indivíduos autônomos e na construção de uma nova sociedade, justa e moderna? A escola tem a capacidade de eliminar as desigualdades nos campos cultural e econômico, tornando a sociedade mais igualitária? No século XX, estas questões foram objetos de polêmicos e controversos estudos de diversos sociólogos, tais como Pierre Bordieu na França, e Darci Ribeiro, no Brasil. Pierre Bourdieu, considerado um dos maiores sociólogos de língua francesa das últimas décadas, foi grande estudioso desse tema. Ele via a o sistema educacional como um dos mecanismos utilizados pelas elites para manter a dominação e perpetuar as desigualdades sociais. Para explicar este ponto de vista, Bordieu estabeleceu diversos conceitos, dentre estes, o de “capital cultural incorporado” segundo o qual os gostos culturais, hábitos e conhecimentos adquiridos desde a infância no ambiente familiar e completados na escola, são resultados de um conjunto de condições da sociedade e exercem grande influência na futura posição social do individuo. Segundo o sociólogo, são nas experiências de vida das pessoas e dos grupos que ocorre a formação dos gostos e estes podem se traduzir em vantagens ou desvantagens na sociedade, sobretudo na escola. Desta forma, o nível de sucesso alcançado pelos alunos ao longo de sua vida escolar não viria simplesmente de seus dons pessoais, mas sim de sua origem social. Segundo Bordieu, existem duas formas de adquirir e habituar-se com os bens culturais: a primeira, é