O problema gnosiológico
O problema gnosiológico, também chamado de problema do conhecimento, tem como aspectos principais a origem, estruturação e formas do conhecimento (psicologia), o valor do conhecimento (crítica) e o funcionamento correto do conhecimento (lógica).
O homem é dotado de formas de conhecimento sensível como audição, tato, olfato, paladar e visão, de memória (que é capaz de trazer à mente informações do passado e organizar dados) e de capacidade de fantasiar (representar as coisas de forma original, diferente de como elas realmente são). Contudo, são os dados concernentes à ordem religiosa, física, estética, moral, científica, etc., que constituem os problemas a serem resolvidos pelos filósofos.
Parmênides e os pré-socráticos reconhecem o conhecimento sensível e o conhecimento racional, porém conferem apenas ao conhecimento racional o valor absoluto. Por outro lado, os sofistas admitem apenas a existência do conhecimento sensível. Já no período clássico, em geral quase todos os filósofos reconhecem que existem pelo menos duas ordens do conhecimento – a dos sentidos e a do intelecto.
Há uma considerável diferença entre os conceitos aristotélicos e os platônicos.
Os platônicos subdividem tanto o conhecimento sensível como o intelectivo em dois tipos:
Conhecimento sensível por imagem direta X conhecimento sensível por imagem indireta (cópia)
Conhecimento intelectivo pelo raciocínio X conhecimento intelectivo pela visão.
Pensadores de ordem aristotélica (Aristóteles, Tomás de Aquino) preservaram apenas a primeira diferença, sem dar a ela grande importância. Todavia, recusam a segunda quando advertem que nossa mente não é dotada de conhecimento intuitivo, mas somente de abstração e do raciocínio.
Na época moderna, o problema gnosiológico adquire importância particular a partir de Descartes, o qual afirma que a solução deste problema depente da solução de todos os outros.
Tanto no período clássico quanto no moderno, ante o problema dos