O Problema dos Universais na Visão de Tomas de Aquino
Dentro da Idade Média muitas foram as discussões acerca da interseção entre os campos ontológicos e epistemológicos. Contudo, nenhuma discussão tornou-se tão célebre quanto a querela dos universais. Dentre o período considerado áureo na Idade Média, o século XIII, teve amplos debates, dentro das universidades, acerca do problema dos universais. Nesse contexto de ampla discussão surge a notória figura de Tomás de Aquino. É justamente na investigação e tentativa de solução por ele apresentada que nos ocuparemos no presente trabalho.
Inicialmente cabe-nos entender o que seria o problema dos universais. Para Tomás de Aquino, os seres podem ser, quanto à quantidade, de três tipos: os universais que se referem ao todo ou a nenhum; o particular que se refere à maioria ou minoria; ou o singular, que se refere a um. É sobre a solução desses elementos, estabelecidos dentro dos problemas dos universais, no período Medieval, um tema complexo e amplo, que vamos, de forma compacta, nos deter doravante.
O tópico principal do problema é o estatuto ontológico dos universais. De maneira mais objetiva vamos ter como universal o que pode ser partilhado por muitos particulares, ou seja, àquilo sobre o qual se pode predicar de várias coisas. Com base nesse problema, que é um eixo de encontro entre uma vertente predicativa e uma vertente ontológica, surge a questão: se este “universal” existe; qual a sua existência?; e, caso essa seja afirmada, ele é real (corporais ou incorporais) ou mental (intelecto)?. Porfírio, que por intermédio de Boécio dá à Idade Média o problema dos universais, em sua obra intitulada Isagoge, onde estuda o sistema lógico de Aristóteles, indaga: “os universais são realidades em si ou apenas concepções do intelecto?”
Diante das várias possibilidades de respostas às indagações de Boécio e Porfírio, temos as seguintes correntes dos problemas dos universais na filosofia medieval: o nominalismo