NominalismoUma das principais tendências filosóficas da Idade Média, o nominalismo, contrário ao realismo e ao conceitualismo, rejeitou o pensamento alcançado por abstrações e abriu caminho para o espírito de observação e a vulgarização da pesquisa indutiva.O nominalismo é uma doutrina segundo a qual as idéias gerais, como gêneros ou espécies, não passam de simples nomes, sem realidade fora do espírito ou da mente. A única realidade são os indivíduos e os objetos individualmente considerados. Desse modo, o universal não existe por si: é mero nome, vocábulo com significado geral, mas sem conteúdo concreto, que só reside no individual e no particular. Em seu retrospecto histórico da doutrina nominalista, Leibniz afirmava que, para os partidários do nominalismo, só existem, além das substâncias singulares, os nomes puros e, desse modo, a realidade das coisas abstratas e universais é eliminada.Questão dos UniversaisA controvérsia em torno da natureza das idéias dominou, de certo modo, a reflexão filosófica medieval. Principiou no século VII, quando Boécio traduziu para o latim o livro de Porfírio Eisagoge eistàs Aristotélis kategorías (Introdução às categorias de Aristóteles), em que se fixaram as bases da polêmica futura: "Não procurarei enunciar se os gêneros e as espécies existem por si mesmos ou na pura inteligência, nem, no caso de subsistir, se são corpóreos ou incorpóreos, nem se existem separados dos objetos sensíveis ou nestes objetos, formando parte deles."Firmaram-se, a respeito do problema, três posições fundamentais: nominalismo, realismo e conceitualismo. Os realistas sustentavam que as idéias - ou os "universais", como as chamavam - possuem existência independente: existem ante res ("antes das coisas reais"), na mente divina ou em qualquer outro lugar. O realismo revelava-se, assim, de tradição claramente platônica. Os nominalistas, ao contrário, não atribuíam nenhuma existência às idéias: estas resumir-se-iam a seus símbolos, seus nomes ou palavras.