A emoção da estreia
A emoção da estreia
Programas de iniciação científica revelam disposição de universidades para estreitar relações com o ensino médio
Bruno de Pierro
H
á três anos o cotidiano da Escola Estadual Professora Olívia Bianco, em Piracicaba, interior de São Paulo, não é mais o mesmo. O carro-chefe da reviravolta, que ainda está em andamento, é uma parceria firmada em 2010 com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com o objetivo de aproximar alunos dos 2º e 3º anos do ensino médio com a universidade. A cada ano, a escola seleciona seis alunos com bom desempenho em sala de aula para que, ao longo de 12 meses, desenvolvam trabalhos de iniciação científica sob orientação de docentes da Unicamp. “Os alunos que participam dizem entrar em outro mundo”, conta a diretora Vera Alice Castro Schiavinato. Segundo ela, os adolescentes que não participam do programa acabam sendo motivados pelos colegas que já frequentam laboratórios como gente grande. “É como uma corrente: o aluno que faz iniciação científica influencia os demais, e o interesse pelo estudo cresce visivelmente na escola”, acrescentou. O ex-aluno do Olívia Bianco, Lucas Lordello dos Santos, é hoje estudante do
curso de ciências do esporte da Unicamp. Até o começo de 2011, quando entrou no programa de iniciação científica, nunca havia pisado em um laboratório de pesquisa. “Eu acreditava no estereótipo de que aluno de escola pública não consegue entrar em boas universidades públicas. O projeto não só me ajudou a entrar na Unicamp como também me fez querer ir mais longe”, afirma o rapaz, que realizou seu projeto na área de anatomia na Faculdade de Odontologia. Os alunos que se submetem à iniciação científica no ensino médio ficam oito horas semanais em laboratórios da universidade, durante um ano, podendo estender o prazo se necessário. Uma série de iniciativas, semelhantes à relatada acima, tem conseguido impulsionar o intercâmbio entre colégios da rede pública e universidades por meio da