O problema do mal em Agostinho
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Resumo:
O diálogo O livre-arbítrio de S. Agostinho apresenta a difícil questão sobre a origem do mal: de onde provém o mal que fazemos? Se Deus é o autor de todas as coisas do mundo, ele não seria, também, o autor do mal? O objetivo desta comunicação é investigar a formulação desse problema, tal como aparece no livro I do diálogo O Livre-arbítrio. Agostinho não deixa de reconhecer Deus como Criador, e o Mal será pensado ou como privação, ou como pecado. Está no livre-arbítrio do homem a possibilidade da escolha do mal, mas ele não é em si mesmo a causa do mal. Com isso, torna-se imprescindível a elucidação do papel desempenhado pela vontade nas ações humanas, o que implicará numa responsabilidade dos homens pelos seus atos, visto que, a escolha do mal é feita a partir do livre-arbítrio da vontade presente em cada um.
Palavras-chave: Livre-arbítrio. Predestinação. Mal
O presente projeto de pesquisa dedica-se ao problema do mal na filosofia agostiniana, mais especificamente no De Libero Arbitrio. Trata-se de investigar, ao longo do livro I o modo pelo qual se dá a abordagem do tema feita por Agostinho em tal obra e, também, o papel determinante que é desempenhado pela noção de vontade.
É possível reconhecer no livro I do diálogo De Libero Arbitrio uma introdução seguida de três partes. Vale ressaltar que tal introdução não trata apenas de uma exposição dos principais problemas que serão discutidos no decorrer da obra. Mas, para além disso, o que é notório a partir de uma leitura mais atenta é a presença de um método, em certo aspecto didático, para a solução do problema do mal. Com base em sua própria experiência, Agostinho nos mostra os caminhos percorridos por ele até a obtenção da resposta que julgava plenamente satisfatória, tanto para a razão quanto para a fé, do problema do mal.
A proposta da investigação acerca do mal faz necessário