O Problema do Mal em Santo Agostinho
1 INTRODUÇÃO
Uma das questões que mais intriga o homem é sobre o problema do mal, pois este vai exatamente contra aquilo que o homem mais deseja: a felicidade. Afinal, se o homem, em sua dimensão teleológica, busca a felicidade, por que o mal existe? Santo Agostinho particularmente se inquietava com estas questões. Ele “não tinha idéia clara e nítida da causa do mal” [1]. É interessante lembrar que ele, antes de ser cristão, foi um maniqueísta e o Maniqueísmo defendia que havia dois princípios opostos: um Deus bom e outro mal e que portanto o mal era uma substancia. Somente depois, Santo Agostinho vai encontrar uma fantástica solução para a resolução do problema.
Este presente trabalho, portanto, vem, com base em Santo Agostinho, procurar explicar a questão do mal em seus diversos aspectos.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 O PROBLEMA DO MAL
O mal se apresenta em todo o universo, seja na composição dos seres que muitas vezes vem ao mundo sem algum membro que deveria fazer parte de seu organismo; seja através das ações humanas que devastam a natureza ou que agridem de algum forma outros seres humanos; seja pela própria natureza que destrói cidades inteiras através de inundações furacões, etc. Não se pode negar que o mal exista e que ele faz parte da vida humana de alguma forma. E este é um problema que Santo Agostinho se debateu até encontrar a solução.
A presença do mal parece implicar a ausência de Deus. Às vezes a desorientação causada por esta revolta interior raia ao desatino e inspira as atitudes mais contraditórias. Por causa do mal se nega a existência de Deus, mas muitas vezes, o que se quer realmente é responsabilizar a Deus pelo sofrimento das suas criaturas: “Mas de onde vem o mal se Deus é bom e fez todas as criaturas boas?” [2] “Porventura da matéria que ele [Deus] usou?” [3], “O Onipotente teria sido impotente para convertê-la [a matéria], de modo que nela não permanecesse mal nenhum?” [4],