O PROBLEMA DO MAL NO PENSAMENTO DE SANTO AGOSTINHO
Podemos então dizer que o mote principal de Agostinho para o mal e seus desdobramentos é a ideia de que o mal e si é necessário para que possamos apreciar melhor o bem.
Santo Agostinho observou que, se nada de mal acontecesse alguma vez, não poderíamos conhecer e apreciar o bem.
É interessante lembrar que ele, antes de ser cristão, foi um maniqueísta e o Maniqueísmo defendia que havia dois princípios opostos: um Deus bom e outro mal e que portanto o mal era uma substancia. Somente depois, Santo Agostinho vai encontrar uma fantástica solução para a resolução do problema. A solução deste problema por ele achada foi a sua libertação e a sua grande descoberta filosófico-teológica, e marca uma diferença fundamental entre o pensamento grego e o pensamento cristão. Antes de tudo, nega a realidade metafísica do mal.
Ele constata que o mal não é um ser, não tem caráter ontológico, não tem nada de positivo, enfim ele é um não-ser. Ele diz: “O mal não tem natureza alguma, pois a perda do ser é que tomou o nome de mal”.
Se todo o bem fosse retirado das coisas boas, nada sobraria, pois o mal não é uma substância como queria os maniqueístas, e assim sendo seria impossível que o mal tenha se originado de Deus, pois Deus é aquele que dá o ser às coisas.
A solução de Agostinho para o problema do mal está relacionada à pergunta “o que é o mal?”
Em Agostinho temos dois silogismos acerca da inautenticidade do mal:
A-1) Todas as coisas que Deus criou são boas; 2) o mal não é bom; 3) portanto, o mal não foi criado por Deus.
B-1) Deus criou todas as coisas; 2) Deus não criou o mal; 3) portanto, o mal não é