O PREÇO DA SEGURANÇA ALIMENTAR
A crise alimentar é fruto do desenvolvimento desigual da produção agrícola nas últimas décadas e se agravou de tal forma que, atualmente, a morte de milhares pela fome se tornou um verdadeiro genocídio de autoria coletiva. É um dos principais problemas do século XXI e que, sem sua superação, o capitalismo seguirá em crise. A enorme distorção existente no sistema agrícola e alimentar mundial estão na base das desigualdades de renda e de desenvolvimento entre os países.
Aproximadamente ¾ dos indivíduos subnutridos do mundo pertencem ao mundo rural. Homens do campo pobres, dentre os quais encontramos, majoritariamente, camponeses particularmente mal equipados, instalados em regiões desfavoráveis e em situação difícil, assim como trabalhadores agrícolas, artesãos e comerciantes que vivem em contato com eles e que são tão pobres quanto eles. A maioria das pessoas que tem fome no mundo não é, portanto, de consumidores urbanos compradores de alimento, mas de camponeses produtores e vendedores de produtos agrícolas. E seu número elevado não é uma simples herança do passado, mas o resultado de um processo, bem atual, de empobrecimento extremo de centenas de milhões de camponeses sem recursos.
É uma ilusão pensar que somente o excedente produtivo poderá resolver o problema de falta de alimentos para grande parte da população mundial. Isso não é uma fatalidade do aumento demográfico ou natural, tem raízes econômicas e, portanto, também de vontade política.
Motivos que levaram ao bloqueio do desenvolvimento e está empobrecendo ao extremo os camponeses
- Agriculturas muito desiguais: Grande acentuação da relação entre a produtividade da agricultura menos produtiva do mundo, praticada exclusivamente com ferramentas manuais e a agricultura mais bem equipada e produtiva.
- Revolução agrícola contemporânea: Elevada motorização-mecanização, seleção de variedades de plantas e de raças de animais com forte potencial de