O Poder
CAMPUS UNIVERSITÁRIO ZUMBI DOS PALMARES – CAMUZP
Graduanda: Amanda Carla da Silva (4º Período de Letras - Português)
O Poder Carregado de características políticas e psicológicas O Último Conhaque, romance do mineiro Carlos Herculano Lopes, nos apresenta um ambiente de degradação, violência e injustiça constantes. O enredo inicia e desenvolve-se na cidade de Santa Marta, terra natal do protagonista do romance, que vem à cidade não para visitar ou rever seus parentes e familiares, mas sim para o enterro de sua mãe. A volta, no entanto, não será tão agradável para alguns moradores da cidadezinha.
Ganância, egoísmo, pessimismo e amor fazem parte do cotidiano dos personagens e até mesmo lembranças que fosse melhor esquecer ao invés de recordá-las. É o que deseja o protagonista, um simples bancário, esquecer o passado sombrio que lhe perturba dia após dia mesmo passados trinta anos do acontecido, que foi o assassinato de seu pai, o médico paraibano Juko Lucena, por problemas políticos.
Com predominância da injustiça em todos os aspectos, percebe-se a sede de poder e domínio cada vez mais crescente dos personagens Rogério Lima e seu sobrinho Rodrigo Lima, capazes de tudo para permanecerem como coronéis e ditadores da cidade, esses que, sentindo-se ameaçados a perder as eleições, tramaram o assassinato do médico, há trinta anos.
A linguagem usada é objetiva, com predominância de descrições muito precisas. É identificável também a onisciência do narrador observador durante todo o processo de narração, pois esse narra não apenas os fatos ou o que acontece com os personagens, mas até o que eles sentem e pensam, ou seja, o narrador tem total controle e sabedoria sobre o que diz respeito tanto aos personagens quanto a história. Um fato curioso, porém é que o narrador não deixa claro ou não cita em nenhum momento o nome do protagonista da história, referindo-se a ele apenas por meio de pronomes