O perfil de um líder
Mônica Kalil Pires
Grupo de Estudos de Liderança – ABRH-RS
O que é um líder? E como se faz um líder? Ou melhor, um líder nasce ou se faz?
Estas perguntas receberam respostas diferentes ao longo do tempo e nas diversas culturas, mas o conceito mais aceito hoje em dia é o que vê a liderança como um processo que relaciona três instâncias: o eu, o outro e o contexto.
De Gandhi a Martin Luther King, de Ford a Steve Jobs, parece haver um tipo de pessoa talhada para a função de líder. O carisma que eles exerciam sobre populações inteiras, que lhes devotavam verdadeiro fervor religioso, era um traço de sua personalidade, que os auxiliava a conquistar seus propósitos. Tanto na política quanto na vida empresarial, estes homens revolucionaram as sociedades em que estavam envolvidos e, além disso, a época em que viviam.
Realmente, a influência de Gandhi foi muito além das fronteiras da Índia: com este líder se afinam todos os que lutam pela soberania de um povo e pela dignidade do ser humano. Na mesma linha vai Luther King, que, inspirado em Gandhi, inspirou por sua vez a luta das minorias – não apenas os negros norte-americanos, mas todos os que ansiavam por igualdade de raças e credos ao redor do mundo.
Na esfera econômica e empresarial, Ford, com sua revolução no modelo de produção, e Jobs, com os personal computers, representam uma outra linha, não religiosa mas igualmente cheia de seguidores e devotos. Depois deles, o mundo não foi mais o mesmo; eles alteraram a vida de pessoas bem além de suas fronteiras geográficas: mudaram a forma de se ver o mundo.
Mas nem tudo foi devido ao carisma. Sua formação, perseverança e determinação em busca de um objetivo – que, inclusive, levou dois deles a mortes trágicas – foram igualmente fundamentais para seu desempenho como líder.
Gandhi não teria o mesmo sucesso se não soubesse embasar suas idéias na lei, advogado brilhante que era; Luther King era antes de mais nada um excelente orador e conhecedor