O PENSAMENTO SOCIOLÓGICO NUMA PERSPECTIVA ANALÍTICA
O questionamento acerca do funcionamento do mundo e da vida em sociedade é tão antigo quanto a própria existência do ser humano. Respostas sempre foram dadas e, na experiência do Ocidente prevaleceu, durante muito tempo, explicações de ordem teológica coerentes com a estrutura de poder então vigente. A derrubada do edifício mental e político medieval inicia-se no campo daquelas que passaram a ser chamadas Ciências da Natureza, que passaram a privilegiar sobretudo a observação em detrimento de outras formas de apreensão da realidade.
Contudo, no campo da Filosofia, alguns autores sintonizados com as transformações políticas em curso, passaram a explicar a vida em sociedade a partir de critérios derivados da experiência política em si. Nesse sentido, teorizar o Poder, o Estado e a Política é estabelecer um diálogo com a realidade imediata, que busca na vida em sociedade, e não no discurso teológico (ou numa dimensão metafísica), as explicações e as orientações práticas. Filósofos como Maquiavel e Hobbes, cada qual com suas problematizações e falando de lugares e tempos distintos, marcaram o debate estabelecendo novos critérios e novos pontos de vista referentes às contradições entre uma aristocracia amparada na monarquia de direito divino (e, portanto, teológica) e uma burguesia mercantil nascente, que séculos depois viria a usurpar o poder político e econômico, instaurando assim uma nova racionalidade.
A separação, no campo das Humanidades, entre discurso Filosófico e discurso Científico é filha do século XIX e resultado das grandes questões colocadas pelos filósofos Iluministas. De um lado, um ambiente intelectual favorável; de outro, uma sociedade completamente distinta: as revoluções burguesas (Revolução Francesa e Revolução Industrial) mudaram completamente a feição da economia, da sociedade e da política na Europa e suscitaram novos questionamentos.
A possibilidade de estudar os agrupamentos humanos