O pensamento filosófico de Roger Bacon
Roger Bacon defende que todo o universo foi envolvido por uma luz de emanação divina que tendo iluminado os homens dos primeiros tempos por via da revelação, ainda pode ser experimentada por nós, por meio da ciência e da graça. Esta luz então se depositou sobre os objetos e os atos a fim de dotá-los de verdade e plena realização. Coerente à tradição neoplatônica, Bacon defende o tema da iluminação divina do intelecto.
Bacon entendia que, sendo o conhecimento, antes de qualquer coisa, um instrumento para combater o mal, seria também o mais confiável para criar sobre a terra a sociedade cristã reformada. O saber, portanto, deveria se prestar à organização da Igreja, à organização dos reinos cristãos , à conversão dos infiéis, à repressão aos maus. O saber seria então instrumento da moral, devendo o intelecto especulativo se dedicar à busca da verdade. A Filosofia moral aparece para o filósofo como uma mescla de Filosofia e Teologia onde ele busca tratar das relações do homem com Deus, das questões da ética e da verdade do cristianismo. O primado da moral no esquema baconiano se justifica se entendermos que para ele de nada adianta uma reforma intelectual se esta não for acompanhada de uma reflexão moral capaz de promover uma renovação ética de toda a sociedade, partindo das instituições da Igreja, constantemente ameaçadas pela corrupção dos