Roger Bacon
(Introdução - )
Ele escreveu sobre o barco a vapor, o submarino, o automóvel, o avião e o helicóptero. E isso em plena Idade Média, durante o século 13. Seu nome: Roger Bacon. Filósofo e cientista, fez pesquisas nos domínios da ótica e da alquimia, introduziu na Europa a técnica de fabricação da pólvora e definiu diretriz metodológica fundamental para o desenvolvimento científico. Sua ênfase na experimentação como principal via de acesso ao conhecimento o caracteriza como avô da ciência experimental moderna. Mas a personalidade de Bacon não cabe na imagem acanhada que se atribui hoje ao cientista racional. “Místico, buscou na ciência um caminho de evolução espiritual, foi acusado de praticar magia e chegou a ser preso por introduzir no pensamento “novidades suspeitas”: De diabos faz mulheres e converte gatos em vendedores”.
Bacon nasceu na Inglaterra, no ano de 1214 ou 1220. Como outros filósofos medievais, também foi padre, mas ingressou tardiamente na Igreja, criticou com língua ferina a ignorância de seus colegas e logo trombou de frente com a autoridade eclesiástica. Estudou filosofia, línguas, matemáticas e ciências naturais, escreveu sobre uma enorme variedade de temas e, com base no conhecimento científico, procurou reformar toda a cristandade.
Nascido em família rica, recebeu educação esmerada. O currículo fundamental das universidades era constituído pelas chamadas sete artes liberais, divididas no trivium (gramática, retórica e dialética) e no quadrivium (aritmética, geometria, música e astronomia). Ainda na puberdade, Bacon dominou essas disciplinas, bem como os clássicos da literatura latina. Logo foi enviado a Paris, sede da mais importante universidade da época.
Por volta de 1240, tornou-se professor da Faculdade de Artes. Suas aulas consistiam na leitura e comentário dos tratados filosóficos e científicos do grego
Aristóteles (384-322 A.C.). A filosofia aristotélica exerceria enorme influência no pensamento medieval, mas sua