O parto possível
Por Ariana Storti
Hoje eu gostaria de responder as inúmeras perguntas que tenho recebido a cerca do parto. Algumas mães me perguntam sobre qual é o melhor parto. Colegas profissionais me questionam sobre qual parto aconselhar a gestante e o que penso sobre eles. Enfim, percebo que não diferente de outros contextos, o ser humano sente uma necessidade quase que inerente de um posicionamento ideológico. A minha a resposta é simples, o parto possível! Durante esses 7 anos trabalhando com gestante, parto e aleitamento pude ter a oportunidade de conhecer diversos caminhos e filosofias, em meio a elas percebi que algo muito importante, quase sempre, fica sobreposto ao posicionamento do profissional, A GESTANTE E O QUE ELA TEM DENTRO DE SI (a subjetividade de cada mamãe e gestação). Parto do princípio que a natureza sempre nos favorece, prefiro um copo de suco a um frasco de soro, uma vitamina com linhaça a um comprimido laxativo, logo um parto NATURAL a um parto cesariano, leite materno a um leite artificial. O parto natural tem sua dinâmica própria, possibilita a mulher e a família vivenciar cada evolução e com isso poder "elaborar" cada momento que remete a própria história. É bem complexo, pois no momento do parto, diversos conteúdos psicológicos vem a tona, e eles são importantes para reformular e iniciar o próximo ciclo. Com aleitamento não é diferente, além de inúmeros benefícios orgânicos que gosto de listar. Enfim, já perceberam que sou MUITO a favor do parto NATURAL e do aleitamento materno, não? A questão é quando a nossa ideologia atravessa a necessidade de cada mulher e família, e de modo silencioso impomos aquilo que acreditamos ser o ideal ao outro, com o discurso de empoderamento. Primeiro, não podemos chamar de parto Natural os partos normais que estamos vendo principalmente nas redes públicas, muitos deles acabam por ser uma violência contra mulher, ao bebê e até ao pai. Segundo, cada corpo, seja ele fisiológico ou psíquico, tem sua