O paradigma do conflito
Representado por Marx, o paradigma do conflito enxerga a escola como uma instituição que impõem valores e que, portanto, gera conflitos entre professores e alunos.
Os ditos professores seriam representantes da cultura dominante e os educando da cultura local, desmotivando a aprendizagem, já que usam linguagens e possuem valores diferentes.
Em geral, ao adotarem a cultura erudita como referência e o padrão culto, os professores representam a ordem estabelecida, enquanto os educandos utilizam a cultura popular mesclada com códigos de linguagem próprios de grupos menores, com valores particularizados.
Diante dos inevitáveis conflitos, a escola necessita exercer controle sobre os jovens para efetivar o processo cognitivo.
No entanto, a tentativa de controle cria um conflito ainda maior que ameaça a existência da escola como instituição, originando um círculo, pois a anômia força o acirramento do controle coercitivo para garantir a ordem, ao passo que este gera mais conflitos.
Pensando nesta questão, em 1970, Levy chegou à conclusão de que a escola educa para o fracasso e, portanto, para a aceitação deste fato.
O que gera conflitos a partir da não aceitação dos indivíduos que tentam contornar esta situação, tanto professores como alunos.
Levando o desentendimento a outro nível, pois passam a existir conflitos no interior das categorias, entre professores ou entre alunos.
Além de conflitos das categorias e subcategorias com o sistema educacional e a sociedade.
É neste sentido que Shipman, em 1979, lembrou que a escola é socialmente complexa, com alunos e professores compartilhando situações conflitivas comuns que terminam unindo ao invés de separar.
Como lembrou McPherson, em 1973, o professor molda seus alunos, mas também é moldado por eles.
O que tanto gera conflitos como consenso.
É por isto que podemos afirmar que o paradigma do conflito é útil para revelar as tensões e oposições dentro da escola,