O Papel do Estado na Inovação
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O liberalismo clássico, em consonância com as ideias absorvidas de Adam Smith, rejeita a intervenção do Estado no mercado. Segundo visões contemporâneas ligadas à dinâmica econômica, o Governo perde a condição de problema e passa a ser reconhecido como protagonista dos avanços na economia, principalmente no que tange a inovação e a regulação das atividades de risco e crises. Segundo Mariana Mazzucato, o Estado injeta uma parte extremamente relevante dos recursos do mercado destinados à inovação, superando o setor privado em muitos segmentos. Apesar disso, as empresas particulares se apropriam do produto de tais investimentos para agregar aos componentes dos seus próprios bens, sem que haja algum tipo de ressarcimento pelo período em que aquela tecnologia esteve sob a tutela do dinheiro público. A inovação, por se tratar de atividade incerta e pouco explorada, só pode ser verificada com efetividade após um longo lapso temporal. A maneira encontrada pelo mercado para suprir o déficit financeiro provocado pelos altos investimentos e baixo retorno a curto e médio prazo é o capital de risco, movimentando altas somas de dinheiro. Quando a posição do Estado é avaliada nessa relação, é possível notar que não há a recuperação do que fora investido durante o processo criativo, cabendo ao setor privado a apropriação dos lucros gerados na última etapa da apreensão de novas tecnologias. Uma das maiores críticas à intervenção estatal na economia é a tendência de existirem “eleitos” que se beneficiam diretamente daquilo que o Estado passou a financiar, prejudicando empresas concorrentes. Em uma lógica de mercado, porém, é preciso avaliar os riscos da atividade envolvida e, no caso da inovação, as chances de ocorrerem falhas são ainda maiores. Dessa forma, o Estado precisa escolher empresas que ofereçam segurança e maior propensão de êxito. Para minimizar os prejuízos ligados ao investimento público na geração de tecnologia, Mazzucato sinaliza algumas possibilidades de