O Último Selvagem
O filme O Último Selvagem é baseado em história real. Sua importância, enquanto texto cultural, reside no fato de nos permitir desenvolver inúmeras leituras. Para os propósitos da disciplina Teorias da Cultura I, ele representa uma oportunidade de sintetizar algumas questões ao mesmo tempo que se abre à outras. Nesta perspectiva, a sugestão de um seminário (individual ou grupo de 3 pessoas), no qual o filme e os textos indicados para leitura, deverão possibilitar refletir sobre os seguintes aspectos:
1. A relação antropólogo / nativo e suas respectivas visões de mundo e estilos de vida (em outras palavras: suas culturas) tendo em vista o ideal da ciência moderna, ou seja, as questões relativas a objetividade, neutralidade científica, discurso poder/saber etc.
Durante o filme, o antropólogo busca estudar o nativo, tentar decifrar sua cultura em que esse só atinha-se aos dados descritos pelo índio, para a época o que de fato importava era a documentação, descrição daquela tribo já extinta. O antropólogo procurava entender o modo como vivia o nativo de maneira objetiva, para ele não importava (ou não fazia sentido) entender o significado dos rituais ou crenças e seus valores. O antropólogo, quanto pesquisador/cientista, esteve a todo o momento preservando o indígena, para que a história dele pudesse, de alguma forma, manter-se intacta, essa preocupação é típica de um pesquisador que para buscar entender uma cultura distinta da sua mantinha-se neutro. No início dos estudos antropológicos, pensava-se que o que garantia uma boa pesquisa, com todas as suas abordagens era o distanciamento estabelecido pelo antropólogo, quanto mais neutro ele fosse, mais verídica seria sua descrição. Por isso, embora houvesse a convivência entre o antropólogo e nativo, o primeiro não soube entender a cultura e os saberes intrínsecos porque estava atento somente aos conhecimentos palpáveis ou aqueles que de alguma forma lhe fazia algum sentido.
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