O papel da dúvida na filosofia de Descartes
Por: Ana Miranda, Luís Condeço, Paloma Alexandra
Início do Projecto de Descartes e as suas características.
Descartes inicia um projeto, cujo objectivo é encontrar uma verdade indubitável que, constituindo o primeiro princípio do sistema dos conhecimentos, lhe permita fabricar um conhecimento em bases firmes e de forma ordenada, pois só assim poderia responder ao problema da possibilidade do conhecimento, como podia ter a certeza absoluta da veracidade de um conhecimento. Para isso seria necessário esquecer tudo aquilo que havia aprendido e tomado por verdadeiro e incontestável, pois essas são na verdade ideias dúbias, que podiam suscitar algum tipo de dúvida, não sendo assim consideradas Conhecimento, vai rejeitar como absolutamente falso tudo aquilo em que pudesse existir a mínima possibilidade de dúvida, até não restar coisa alguma na sua crença que fosse inteiramente indubitável. Para isso, Descartes vai às próprias raízes do conhecimento, pois se, ao faze-lo, a base se revelar firme e indiscutível, essa será a verdade de que dependerão todas as outras que dela se seguirem. O conhecimento seguro que Descartes pretende adquirir mediante a aplicação das regras do seu método leva-o á necessidade de, voluntariamente, por em causa todas a opiniões que até aí adquirira sem a mínima preocupação metódica. Descartes serve-se metódicamente da tarefa de duvidar de tudo, como um teste para que a primeira certeza seja indubitável – a dúvida – com ela, Descartes procurou chegar á prova da existência de verdades absolutas, logicamente necessárias e reconhecidas universalmente, uma verdade inquestionável sobre a qual não possa recair a mínima suspeita de falsidade e, assim, terá alcançado o verdadeiro conhecimento, “Nunca aceitar como verdadeira alguma coisa sem a conhecer evidentemente como tal (…)” ( Descartes, Discurso do Método) . O problema da possibilidade e fundamentação do conhecimento é central em Descartes, e,