Edgard Vin Cius Cacho Zanette Entre A Subjetividade Como Auto Retrato Em Montaigne E Como Consci Ncia De Si Em Descartes

3186 palavras 13 páginas
VI Seminário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar
20 a 24 de setembro de 2010
Entre a subjetividade como auto-retrato em Montaigne e como consciência de si em Descartes

Edgard Vinícius Cacho Zanette
Mestrando em Filosofia Unioeste/ Campus de Toledo
Bolsista CAPES/ CNPq edgardzanette@hotmail.com Resumo: Neste trabalho propomos aproximar duas leituras distintas sobre a noção de subjetividade. Na primeira temos em Montaigne, sobretudo na obra Apologia de
Raymond Sebond, um ceticismo neo-pirrônico em íntima relação com o fideísmo. A imersão de Montaigne no ceticismo o levou a radicalizar a máxima socrática: conhecete a ti mesmo para a proposição cética: que sei eu? Este modo de formular o problema do que é possível ao homem conhecer, traz o discurso filosófico para uma estreita discussão em primeira pessoa, em que o expediente retórico perpassa não mais uma objetividade, mas antes que essa possibilidade, há que perpassar uma experiência de auto-retrato. Já na segunda, Descartes escrevendo em primeira pessoa usa o ceticismo como um mecanismo de destruição dos prejuízos, para que emerja, a partir deste primeiro momento cético, a descoberta de si mesmo, do cogito, como pura consciência de si. Vemos assim que a dúvida metódica cartesiana também, ao seu modo, é uma experiência de auto-retrato. Contudo, essa experiência será a desconstrução mesma de toda uma experiência de vida para uma outra. Neste caso o manuseio dos argumentos céticos por parte de Descartes faz que o seu discurso cético promova um abandono de uma experiência alicerçada sobre o engano. Assim, esse mergulhar na experiência do ceticismo não será uma imediata experiência de auto-retrado como em Montaigne, mas a procura metódica em abandonar completamente uma imagem de si mesmo e do mundo com vistas à descoberta de uma outra compreensão que supere àquela, agora não mais uma imagem de si mesmo mas a fundação indubitável da verdade de si mesmo. Ao aproximarmos Montaigne e Descartes, ambos considerados no

Relacionados