Participacao criancas sacramentos batismo
istória
A participação das crianças nos sacramentos: BATISMO
O Testemunho da História
José Carlos de Souza
Sadao Watanabe: Batismo
Nossa intenção é fazer um inventário dos principais testemunhos a respeito da participação das crianças na vida sacramental da Igreja.
Sem discutir até à exaustão todas as implicações desse tema, queremos modestamente oferecer um roteiro para posterior investigação e aprofundamento. Neste número do Mosaico – Apoio Pastoral, vamos discorrer sobre o Batismo, resgatando aquilo que o Novo Testamento, a literatura patrística e os reformadores – Lutero, Calvino e Wesley – ensinam a esse respeito. No próximo número, iremos analisar os textos que documentam a participação das crianças na
Ceia do Senhor.
Novo Testamento
Não há, no NT, nenhuma ordem expressa que autorize o batismo de crianças.
Tampouco, existe qualquer proibição! De qualquer modo, é incorreto interpretar tal silêncio em sentido categoricamente negativo, pois estudos exegéticos e históricos recentes têm indicado a probabilidade de que tal prática se impôs à Igreja Cristã logo em seus primeiros anos. Autores antigos, como Irineu
(130-200) e Orígenes (184254), confirmam a tese, ao sustentarem tratar-se de “costume apostólico”. Evidências disso:
(1) O batismo de famílias inteiras (At 10.2, 24, 4448; 16.15; 16.30-33; 18.8;
1 Co 1.16; Cf. discurso de
12
Pedro após o Pentecostes, em
At 2.39: “... para vós outros é a promessa, para vossos filhos, e para todos os que ainda estão longe...”). Embora não se mencione explicitamente a presença de crianças, ela não é inverossímil, como atesta o procedimento judaico semelhante tocante ao batismo de prosélitos.
(2) As figuras do Antigo
Testamento, que os escritos do NT vêem relacionadas ao batismo – dilúvio (1 Pe 3.2021) & travessia do Mar Vermelho (1 Co 10.1-2) – acentuam a dimensão comunitária e solidária da salvação (Cf. também 1 Co 7.14: noção coletiva de santidade).
(3) Paralelo entre o batismo e a circuncisão (Cl
2.11-12), como