O "pai de botas" e a "santa mãe"
O fato mais marcante durante a adolescência é a crise de identidade, como pontua Erikson (1996) “ é um processo continuo de busca que se inicia no “encontro” da mãe com o bebê, e só termina quando dissipa o poder de afirmação mutua do homem. Isso significa que cada idade tem sua própria “identidade” Ocorre que é na adolescência onde a crise de “identidade” acontece, e o seu comportamento nesta fase, irá depender da “maneira pela qual, na infância, integrou os diferentes elementos da identidade”, como explicam as autoras do texto.
Por este motivo, a família é parte essencial na construção desta identidade e nas dificuldades enfrentadas pelo individuo. Assim, é de extrema importância que os papeis dentro do grupo familiar, possam ser flexíveis e que cada um desempenhe bem sua função.
A mãe é naturalmente reconhecida pelo bebê após seu nascimento. Mas o papel do pai, deve ser inserido na vida da criança gradativamente como pontuam as autoras “ o pai precisa se impor e ocupar o seu lugar no psiquismo do filho, rompendo o caráter simbiótico da relação mãe-filho”.
Em muitos casos, o papel de pai não é bem desempenhado por estes, pois eles mesmos não tiveram uma boa relação com seus pais, sendo desde cedo coagidos pelos adultos. Assim, entra a figura do “Pai de Botas”, que é aquela pessoa violenta ou indiferente com seus filhos.
Já a mãe é tida com “santa” pois está sempre presente, protege e ama os filhos incondicionalmente, e além disso, em muitos casos, apanham caladas para que os filhos não sofram.
Neste contexto, o surgimento das expressões “Pai de Botas” e “Mãe Santa” ocorreram durante um trabalho desenvolvido pelas autoras com adolescentes transgressores. Eles chamaram de “Pai de Botas” em referencia a policia,