O OLHO MAIS AZUL
A escritora afro-americana Toni Morrison (1931- ) é uma das figuras mais representativas do romance americano contemporâneo. Sua primeira grande obra de sucesso The Bluest Eye (1970) foi a responsável pelo seu reconhecimento pelo público americano, pois esta abriu caminho para outras importantes narrativas como Sula (1973), Song of Solomon (1977), Tar Baby (1981), Beloved (1987) e Jazz (1992), seu último romance publicado. Em 1993, Toni Morrison tornou-se a primeira mulher afro-americana a ganhar o prêmio Nobel em literatura.
O romance O Olho Mais Azul retrata a realidade da sociedade afroamericana do início do século XX no que diz respeito ao preconceito racial – a violência social enfrentada por famílias negras e, principalmente, pela mulher negra. A narrativa também sugere que o preconceito não parte apenas da comunidade que tem pele branca, mas parte também do próprio negro que, por causa dos valores impostos por aquela sociedade, repudia sua cor na concepção de que ter pele negra é sinônimo de feiúra e sujeira e, ao contrário, ter pele branca e olhos azuis significa beleza, amor, socialização e respeito de todos.
Palavras-chave: cor; beleza; mito; preconceito
Morrison apresenta diversos temas polêmicos, tais como: pobreza,relações de gênero, perda da inocência, incesto, abuso sexual, loucura, preconceito racial e o mito da cor e da beleza brancas, que é o foco da nossa discussão, pois é através desse ideal de beleza que Pecola chega à insanidade.
Ela narra a história de Pecola Breedlove, uma garota negra de onze anos de idade que vive em absoluta pobreza e é considerada feia na visão da cultura americana.
O romance de quatro capítulos tem como cenário a cidade de Lorain, estado de Ohio, e é narrado por Cláudia MacTeer (narradora-testemunha), menina negra de nove anos de idade.
Diferentemente de Pecola, Cláudia pertence a uma família ajustada e não se deixa influenciar pelo destrutivo preconceito racial, apesar dos fatores