O Negro na literatura
A Cor da Ternura assim como os contos de Ponciá Vicêncio indicam uma narrativa mostrada com muita veracidade dos fatos se fazendo uma história atrativa para a Literatura Juvenil, trazendo um tema novo à maioria dos estudantes, tema este que antes de ser um “tema negro” trata de uma “vida negra”. A história de uma menina, em ambos, trás para perto uma perspectiva mais humana sobre a questão de RAÇA. É importante encaminhar a leitura indicando um caminho bastante visível que está no papel da mulher, no papel da mulher negra. A questão da subalternidade está marcada nas relações entre Rico – Pobre, Homem –Mulher, Branco – Negro de modo a mostrar a dependência e relação de um sobre o outro. Iniciando pelo romance A Cor da Ternura, se olharmos na relação Homem –Mulher, veremos que nesta história a mulher é “dominante” no sentido de encaminhar a vida. A menina Geni é muito ligada à mãe na infância vendo nela a base de sua existência e à medida que se desenvolve vai sendo educada pelas irmãs mais velhas. Cecília, Arminda e Iraci, têm a incumbência de fazer o acompanhamento das expectativas da irmã mais nova – a narradora- assim como explicar à menina sobre o nascimento, a origem da vida, já que a mãe grávida de Zezinho não dispõe de tempo para atender às indagações de Geni. Ao iniciar-se na adolescência será sua irmã Maria, já casada e com filhos, quem explicará sobre as transformações que vêm ocorrendo em seu corpo. Fora da família de Geni encontramos duas outras mulheres que ajudam nesta constituição familiar, como a parteira Chica Espanhola responsável por ajudar a trazer luz à vida; e a Vó Rosária, uma negra que morava em outra fazenda, ela tem a responsabilidade sobre os valores e bens culturais passados à menina. A Vó Rosária é quem reúne a todos para contar histórias de seu povo, carrega a tradição oral, ainda que esta tradição oral não corresponda à “verdade” da