Uma visão sobre o negro na literatura
Quando dos meus sete anos, foi matriculado na primeira série, a pré-escola ainda era algo bem elitizado em minha cidade e alunos de escola publica não tinham esse privilégio.
A alfabetização ainda na época do regime militar era realizada através de uma cartilha, existiam duas, uma era a famosa Cartilha da Lili e outra a Arco-Iris, nas duas ensinavam a criança a juntar silabas como tijolinhos formando uma palavra e assim ser inserido no mundo das letras (la-la, Le-le, li-li, lolo, lulu) essas foram as primeiras palavras que aprendi a ler.
Mas voltando as questões de cores e sociais, essas apenas começaram a ser sentidas no ambiente escolar, se por um lado a elite da literatura brasileira foi escrita em um período em que o ranço da escravidão pairava no ar, era comum descrever o negro carregando em forte traços pejorativos, era perfeitamente aceito pela sociedade da época, mas essa afirmação me deixa um pouco confuso, pois não dá pra definir exatamente qual era essa época, se isso era uma situação de 100 anos atrás ou tão atual nos dias de hoje quando o negro foi “classificado” como afro-descendente, é estranho pois meus tataravós não era visto como cidadãos brasileiros por ser escravos, hoje são definidos como afro-descontentes, mas voltando a literatura brasileira ou melhor na literatura infantil, um momento delicado e importante na formação de conceitos e visão de mundo de uma pessoa, ainda é comum ver calorosos debates discutindo se Monteiro Lobato, sobre seu O livro "Caçadas de Pedrinho" foi publicado em 1933, foi ou não preconceituoso ao descrever o papel no negro em sua ideal sociedade, de um lado haverá pessoas dizendo que sim, de outro haverá pessoas dizendo que isso é um absurdo, pois não tratava de preconceito, pois no alto de toda sua sabedoria,