O nascimento da Filosofia na pólis grega
“A Filosofia é grega e filha da Pólis.” ( Chatelet ). As colônias gregas Jônia e Magna Grécia viram surgir os primeiros filósofos, os críticos, questionadores e pensadores do saber existente e do saber real.
Os primeiros lampejos da reflexão filosófica eram: descobrir um princípio, uma origem (ackhe) de tal maneira que dele se pudesse concluir, como conseqüências racionais e lógicas, as explicações para a realidade. Esse princípio poderia ser, de um ponto de vista lógico e mental, uma proposição extremamente geral, a partir da qual fosse possível extrair conclusões válidas.
Poderia ser também no campo físico, alguma coisa material que, por força de transformações e mutações dessem origem a todas as coisas e a todos os acontecimentos. Construíram teorias que tentavam explicar racionalmente, ou seja, sem a presença de fator mítico, o Cosmos e toda a realidade existente.
Cada pensador partiu para uma especulação e a fundamentava para o convencimento de sua idéia. Tales de Mileto encontra a ÁGUA como a origem; Anaxímenes atribui ao AR; Demócrito propõe uma partícula- o ÁTOMO; Empédocles estabelece quatro elementos: TERRA, ÁGUA, AR e FOGO. Assim, não há mais unidade de pensamento. É o início da efervescência filosófica, pois a pluralidade de explicações domina, onde antes só havia unanimidade.
As divergências borbulhavam a respeito do princípio de todas as coisas, sem se valer da Mitologia. Por conseguinte, na passagem da fantasia mitológica para o pensamento racional houve uma ruptura quanto à atitude das pessoas subordinadas aos deuses. Enfim, os primeiros questionamentos filosóficos rejeitavam a interferência sagrada para obter uma explicação mais discutida e problematizada, de forma independente e com mais