filosofia
1. Situando no tempo
Neste capítulo veremos o processo pelo qual se deu a passagem da consciência mítica para a consciência filosófica na civilização grega.
2. Uma nova ordem humana Costuma-se dizer que os primeiros filósofos foram gregos e surgiram no período arcaico, nas colônias gregas.
Alguns fatos do período arcaico que ajudaram a alterar a visão mítica predominante e contribuíram para o surgimento do filósofo: a invenção da escrita e da moeda; a lei escrita; a fundação da pólis (cidade-Estado) A invenção da escrita
A consciência mítica predomina em culturas de tradição oral, quando ainda não há escrita. A escrita gera nova idade mental porque a postura de quem escreve é diferente daquela de quem apenas fala. Como a escrita fixa a palavra para além de quem a proferiu, exige maior rigor e clareza, o que estimula o espírito crítico. Portanto, a escrita surge como possibilidade maior de abstração, de uma reflexão aprimorada que tenderá a modificar a própria estrutura do pensamento.
O surgimento da moeda A moeda apareceu na Grécia por volta do século VII a .C., vindo facilitar os negócios e impulsionar o comércio. Emitida e garantida na pólis, a moeda fazia reverter seus benefícios para a própria comunidade.
Além desse feito político de democratização de um valor, a moeda sobrepunha aos símbolos sagrados e afetivos o caráter racional de sua concepção: a moeda representa uma convenção humana, noção abstrata de valor que estabelece a medida comum entre valores diferentes. Nesse sentido, a invenção da moeda desempenha papel revolucionário, por vincular-se ao nascimento do pensamento racional crítico.
A lei escrita
Antes de tratarmos da transformação da pólis é preciso destacar a importância de legisladores como Drácon (séc. VII a .C.), Sólon e Clístenes (séc. VI a .C.), que sinalizaram uma nova era: a justiça, até então dependente da interpretação da vontade divina ou da