o mundo perdido
(Prof. Gilberto Teixeira – FEA/USP)
Impossível compreender o mundo atual sem conhecimentos básicos em Ciência e Tecnologia. A humanidade é dependente da tecnologia e sem ela não sobrevive mais. Da população de alimentos aos processos controladores das relações comerciais; da inovação em medicamentos às tecnologias informação aplicadas à segurança pública, o mundo se integrou em um jogo de conexões mutuamente dependentes e também não pode mais ser o que é sem os produtos (e subprodutos) das ciências aplicadas. O tempo atual é o tempo da instantaneidade e, por conta disso do superficialismo. Se é verdade que é graças às ciências que a humanidade venceu muitos desafios, incluindo-se aí o aumento drástico da longevidade dos indivíduos, queda extraordinária na taxa de mortalidade infantil, extinção de inúmeras doenças, recordes sucessivos na produção de alimentos, expansão inusitada e em ritmo acelerado de sua base de conhecimentos, também é verdade que muitos problemas novos surgiram, como a poluição do ar, dos rios, o surgimento de novas doenças por conta da destruição de ecossistemas. Enfim, o saldo ainda é positivo para as ciências, mas ainda assim a humanidade não está no presente de seus sonhos. Muito há para ser feito. Investir em Educação é a única certeza resultante da reflexão sobre as soluções possíveis. Mas que educação? Uma educação puramente tecnológica que aliena? Uma educação dita “humanista” que negligencia a importância do conhecimento científico? Ou, muito pior, uma educação dogmática que pensa aproveitar os dois mundos quando mistura conhecimento cientifico e “filosofismo” sob as bases dissimuladas de uma ideologia de raiz totalitária? Não há solução simples que seja também óbvia. Devemos evitar as armadilhas do senso comum. O conhecimento cientifico não está imune às influências políticas e econômicas. A