CARVALHO
E A NECESSÁRIA BUSCA DO TEMPO PERDIDO
Horacio Martins de Carvalho
(Curitiba, junho de 2015)
Os camponeses no Brasil tem vivenciado um processo histórico que tem sido marcado pela sua continua subalternidade aos interesses das classes dominantes, sejam aqueles do período imperial que outrora se caracterizou pelo exercício do poder patrimonial das minorias durante o regime de sesmarias sejam os outros interesses da classe dominante no âmbito da democracia burguesa pelo poder que as diversas frações da burguesia nacional e estrangeira1 exercem. São poderes de classe --- os de outrora e os atuais, que lhes facilita a exploração dos camponeses do país2.
Alguns comportamentos e iniciativas têm sido utilizados pelas diversas frações da burguesia para subjugar os camponeses no Brasil, entre os quais dois se destacam: a privatização e concentração das terras com o consequente alijamento dos camponeses do acesso direto à terra para a produção (posse e uso), e a apropriação da renda gerada pelos camponeses, enquanto produtores diretos, quando os seus produtos (agora mercadorias) são oferecidos para as trocas nos mercados controlados pelas empresas da burguesia (ou seus prepostos), sejam elas nacionais ou estrangeiras.
A esses comportamentos se somam outros numa ampla diversidade de formas de subjugar os camponeses como, por exemplo, os contratos de produção (ditos de integração camponês-capitalista) efetivados em diversos ramos da produção agrícola onde a sujeição cativa indireta dos camponeses ao capital é frequente, proporcionando um tipo de transferência consentida da renda dos camponeses para as empresas capitalistas.
Devido à constante pressão da burguesia sobre a terra, seja esta já sob o uso e posse pelos camponeses ou aquelas terras públicas e ou privadas por eles ocupadas, os camponeses sofrem com a avidez, as afrontas e a violência cotidiana por parte da burguesia a qual considera que os recursos naturais são destinados (sic) aos seus interesses