O multiletramento faz a diferença
O homem contemporâneo se vê inserido em um mundo cada vez mais inter-pluri-multi e transcultural. Esta é uma sociedade sem fronteiras ou divisões culturais, que vem se construindo por meio de um agrupamento de suportes interativos, denominado mídia. Esse nome é dado aos veículos de comunicação, que atingem ou interligam um grande contingente de pessoas, por exemplo, a TV, o rádio o cinema, o jornal impresso, a revista, o outdoor, o celular e, mais recentemente, a internet. Lugares onde a tinta, o papel e a linguagem verbal não dão conta, sozinhos, de veicular os vários sentidos produzidos ininterruptamente pela comunidade global, ou seja, “numa época em que a supremacia do texto, sobretudo escrito, desmorona face à penetração progressiva e inexorável dos meios de comunicação” (LÍMOLI; GIACHINI NETO, 2001, p.151)
Desse modo, nossas vidas reais estão transformando-se, gradativamente em vidas também virtuais e digitais, pois sabemos que os novos gêneros mediadores são construtos onipresentes veiculados pelos mais modernos equipamentos eletrônicos. Tais gêneros e tecnologias multi-interativas estão se incorporando rapidamente ao nosso cotidiano, e precisam ser investigados com maior freqüência por teóricos da área de linguagem. Esse novo contexto sociocultural é chamado por Ortiz de “mundialização” expressão que designa uma desterritorização da cultura.
Nesse espaço mundial é essencial dominar, vários tipos de linguagens como a imagem estática e/ou em movimento e o som ruído e/ou musical etc., os quais são utilizados de forma sincrética e simultânea pelos meios de comunicação em massa.
Ressalta-se que, o próprio uso cotidiano em massa desses gêneros é que demandam a realização urgente de investigações no âmbito do multiletramento.
Segundo Rojo (2004, p. 31):
“Multiletramento: aqui, significa que compreender e produzir textos não se restringe ao trato do verbal oral e escrito, mas à capacidade de colocar-se em relação às diversas