assunto
Elementos da formação social brasileira
Aqui queremos destacar alguns traços constitutivos da formação social do
Brasil. A exclusão social de crianças e adolescentes – problema antigo no Brasil e na América Latina, expresso de maneira mais evidente no contingente de crianças vivendo nas ruas (MEUNIER, 1978; DIMENSTEIN, 1990) – será o fio da meada.
Se a pesquisa em tela propõe-se a lançar um olhar crítico sobre as práticas jornalísticas em voga nas redações brasileiras, por questão de coerência, não poderá deixar de fazê-lo também em relação aos traços fundamentais de nossa
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0812759/CA
formação social manifestos na exclusão social da juventude.
Por outro lado, essa tarefa nos exigirá concisão. Não há espaço, nesta pesquisa, para dedicar-nos a esse tema com a completude que ele exige.
Tampouco esse é o objetivo principal deste trabalho. Por isso, nossa rápida mirada sobre os traços fundamentais da formação social brasileira expressos na exclusão social da juventude está sustentada em alguns pontos específicos. Eles sim merecerão o aprofundamento possível.
A partir daí, dois aspectos se entrelaçam. O primeiro é a exclusão social em si e como ela constrói-se de maneira estrutural em nossa formação social. O segundo é a composição histórica das famílias brasileiras, lugar por excelência da questão da infância, particularmente a partir do século XVII, como foi situado por
Philippe Ariès (1978). Segundo o autor, apesar do “problema obcecante da origem”, é possível situar o fim do século XVII como marco de uma mudança considerável no comportamento das famílias na Europa central: “a família tornouse o lugar de uma afeição necessária entre os cônjuges e entre pais e filhos, algo que ela não era antes” (ARIÈS, 1978, p. 11, grifo do autor). No século anterior, teria início a colonização de nossas terras por Portugal. Também no século XVI, o modelo de família patriarcal que viria a influenciar-nos por meio da