O mito do contexto

497 palavras 2 páginas
O Mito do Contexto reúne diversos ensaios, muitos baseados em conferências, em que Popper discute, de forma extremamente acessível, os temas que sempre lhe foram caros. No ensaio que intitula o livro, desenvolve a sua oposição a uma das teorias filosóficas mais influentes: o relativismo. Ao aceitarem o mito do contexto, os relativistas defendem que qualquer discussão racional produtiva exige que os participantes partilhem um contexto comum de pressupostos básicos. Sem deixar de denunciar os perigos de um optimismo excessivo quanto aos poderes da razão, Popper tenta mostrar que esta doutrina está errada. Depois de considerá-la em diversos contextos específicos, como o da linguagem e o da ciência, conclui com uma apreciação lógica geral: salienta que o mito do contexto resulta "da visão errónea de que toda a discussão racional tem de começar a partir de "princípios" ou, como muitas vezes são denominados, "axiomas", os quais, por seu turno, devem ser aceites dogmaticamente, se pretendermos evitar um retrocesso infinito."
O mito do contexto, no entanto, não é o único que Popper pretende dissolver. Os mitos de que a objectividade científica depende do "espírito imparcial dos cientistas", de que a ciência se baseia em observações puras, não impregnadas de teoria, de que as teorias científicas, sendo apenas instrumentos para a realização de previsões, não proporcionam qualquer descrição profunda da realidade. Todas estas críticas, dispersas pelos restantes ensaios, se integram na defesa da concepção falsificacionista da ciência. Segundo esta concepção, o método científico não se caracteriza pelo uso de inferências indutivas, ou seja, fazer ciência não é estabelecer teorias a partir de dados observacionais. Os dados observacionais só têm relevância quando são utilizados para tentar refutar ou falsificar teorias científicas. Estas começam por ser conjecturas ousadas e injustificadas, e só adquirem valor em virtude de sobreviverem a tentativas severas de refutação. Deste

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