O mercador de Veneza resenha crítica
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É preciso certa coragem para criticar uma obra de William Shakespeare (1564-1616). Não há quem nunca tenha ouvido falar deste famoso dramaturgo e poeta, um dos maiores autores de língua inglesa. A sua obra transcende o tempo e o espaço renascendo pelas mãos de autores que as adaptam para o teatro, cinema e TV. Difícil não encontrar alguém que não tenha assistido ou lido Romeu e Julieta, ou não tenha conhecimento da peça ou da frase famosa de sua obra, Hamlet: “Ser ou não ser, eis a questão”. A obra O mercador de Veneza, assim como outras obras de Shakespeare, expõem mazelas da alma humana: problemas sociais; questões políticas; tramas amorosas; rixas; competição, amores proibidos, etc. Temas que transcendem o tempo, que resistem e persistem até hoje, e que provavelmente permanecerão enquanto a humanidade existir. São parte das pessoas, presentes em qualquer tempo e lugar. Desde o inicio do filme, o personagem judeu Shylock é retratado como um indivíduo mesquinho e desprezível. Uma breve cena logo no início do filme, mostra o cristão Antônio cuspindo no rosto de Shylock. Cuspir no rosto não é uma violência e sim uma circunstância humilhante, desonrosa e, portando é crime contra a honra, ação penal privada. Ainda que não haja xingamento. Cuspe no rosto pode ser considerado como ato injurioso – Artigo 40, parágrafo 2 do código penal. Logo em seguida a câmara mostra um homem sendo jogado da ponte e caindo no rio, ao som de gritos de uma multidão enfurecida. Deixando transparecer um linchamento ou “justiça” sendo feita com as próprias mãos. Violando neste caso o principio da inviolabilidade da jurisdição, artigo 5 inciso XXXV da CF, conhecido como principio do acesso à justiça, e consiste que todos tem direito à proteção jurídica do Estado, a partir dos conflitos acontecidos na vida em sociedade. Segundo a lei, se aplica o Princípio da Inviolabilidade ou Inafastabilidade da Jurisdição. O que se observa no desenrolar da história é a velha e infeliz máxima