O Mercado e a moral

Nas últimas décadas muito se falou na “lei da oferta x procura” a cada dia que passa as pessoas procuram “simplificar” suas vidas e delegam a terceiros as atividades que até alguns anos poderiam ser executadas pelos próprios. De olho nisso o mercado passou buscar formas de se organizar e oferecer os mais variados tipos de serviços para as mais variadas necessidades. Tudo parece estar a venda, basta abrir o jornal na sessão de classificados, abrir um guia telefônico ou qualquer site de busca pela internet. Todo tipo de serviço é oferecido das mais variadas formas, quanto mais exclusivo e por que não dizer fútil, maiores serão os custos sobre ele.
A ideia de mercado passou a fazer parte do cotidiano, como resultado a economia mundial passou a ser dominada por empresas que tinham maior destaque e maior acúmulo de lucros mundialmente, Se antes as grandes nações pesavam sua imponência sobre os “meros mortais”, agora as grandes multinacionais crescem deliberadamente se espalhando pelos continentes, Economias que por décadas se fecharam como a China, passaram a mudar sua visão de comércio e atualmente já dominam o mercado de produção e exportação.
A crise econômica mundial de 2008 serviu como um alerta para todas as nações, de que este modelo que nas décadas de 90 e 80 foi tão defendido como sendo o futuro da economia mundial, poderia ser contestada e que a era do triunfalismo do mercado estava prestes a chegar ao fim, seria necessário passar a gerir todos os possíveis riscos com maior eficiência.
A ideia de que tudo está à venda nos reforça dois grandes problemas que temos visto ultimamente: a desigualdade e a corrupção. A questão da desigualdade tem sido mais evidente a cada dia, numa sociedade onde tudo é posto a venda, cada vez se torna mais difícil para as classes menos favorecidas conseguirem acesso a serviços e benefícios oferecidos. A cada dia que passa a demanda de novos serviços e tecnologia aumenta delimitando e segmentando cada vez mais os consumidores.