o mercado de trabalho no brasil
Até novembro de 2008, os resultados do mercado de trabalho brasileiro eram extremamente positivos e os recordes de contratação formal reforçavam uma trajetória exuberante do emprego que o país mostrava desde 2003. É o que mostram os dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) , ambos do Ministério do Trabalho, e que foram analisados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Nos últimos dez anos em que os dados da Rais estão disponíveis – de 1998 a 2007 – a taxa de crescimento do emprego foi de 56%, com significativos resultados após 2003. O mercado formal brasileiro contava, em 1998, com 24,5 milhões de empregos formais. Este total elevou-se para 28,7 milhões em 2002, e chegou a 37,6 milhões em 2007. Dessa forma, constata-se que cerca de 2/3 dos empregos da década foram criados entre 2003 e 2007. Segundo o Coordenador de Relações Sindicais do DIEESE, José Silvestre Prado de Oliveira, outro dado que merece destaque na análise realizada é o crescimento da massa salarial real do trabalhador a partir de 2003. A massa salarial manteve-se estagnada de 1998 a 2002, com valor de aproximadamente R$ 36 bilhões. A partir de 2003, ela passou a crescer ano a ano, atingindo R$ 52 bilhões em 2007. “Isso significa um crescimento de 45% após 2002”, diz o coordenador.
“Pode se observar, pelos dados da Rais, que a partir de 2003 o mercado de trabalho brasileiro apresentou um significativo desempenho, com expressiva criação de emprego e crescimento da massa salarial real”, frisa Oliveira. O coordenador, no entanto, observa que, ao se analisar os dados do Caged de 1998 a 2008, evidencia-se a característica de “flexibilidade contratual” do mercado de trabalho, inclusive nos momentos de relativo crescimento econômico. Entre 1998 e 2002, 54% das demissões foram de trabalhadores com menos de um ano de contrato. Esse percentual subiu para 58%