O mercado de trabalho no brasil
Gilberto Ribeiro de Castro1
I – INTRODUÇÃO O objetivo deste ensaio é acompanhar a evolução do mercado de trabalho no Brasil a partir do seu processo inicial de industrialização, que marca a introdução do modo de produção capitalista no país, até o início do século XXI. Precisar a data inicial não é uma tarefa fácil, aliás, essa questão é tema de um grande debate nas ciências sociais brasileiras, mas não é objeto deste estudo avançar nessa importante questão. O escopo maior é a formação do mercado de trabalho, entendendo que o seu ponto inicial é o momento em que as relações capitalistas de produção e a utilização do trabalho assalariado, que lhe são inerentes, passam a predominar na economia brasileira. O mercado de trabalho é o local onde se compra e vende a mercadoria força de trabalho e, onde há o confronto entre trabalhadores e empresários dentro de um processo de negociações, que ocorre às vezes com a interferência do Estado. Este mercado influencia na determinação dos níveis de salários e de emprego, das condições de trabalho e dos demais aspectos relativos às relações entre o capital e o trabalho. Como o mercado de trabalho está diretamente ligado e condicionado ao desenvolvimento do capitalismo e, conseqüentemente, ao processo de industrialização de um país, o seu estudo e análise não pode ser feito de forma isolada dessa economia. Diferentemente das economias capitalistas avançadas, no Brasil o capitalismo chegou tardiamente, o que vale também para os países da periferia do capitalismo mundial, ou dos países capitalistas atrasados. Na verdade, os países da periferia do capitalismo, historicamente, sempre andaram a reboque das economias avançadas, graças às relações de troca favoráveis às segundas e às decorrentes diferenças de estruturas econômicas que proporcionaram e proporcionam um desenvolvimento desigual da economia mundial. O processo de industrialização do