O Meleca

O que pode acontecer quando um grupo de curadores resolve enfrentar nazistas em nome da arte? No filme Caçadores de Obras-Primas, com a assinatura de George Clooney, à frente e por trás das câmeras, a história ganha tiradas de humor sem noção. E muito deve-se ao elenco, acostumado a atuar sob o “amparo irônico”. Reunidos a Clooney estão Bill Murray, John Goodman, Matt Damon, Cate Blanchett e Jean Dujardin.

A força-tarefa selecionada tem de impedir que mais de dez mil peças de arte de museus, catedrais e castelos europeus, e consequentemente, toda a identidade cultural do velho continente, seja perdida. Ao contrário do que possa se imaginar, a trama aponta em direção a comédia, com inserção de sequencias rápidas na qual não faltam risos e aventura.

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Com tema recorrente, “Caçadores de Obras-Primas” consegue narrar uma história diferente

Como tema, a Segunda Guerra Mundial já foi retratada inúmeras vezes, no entanto, “Caçadores …”, baseado em fatos reais transcritos no livro The Monuments Men (título inglês do filme), de Robert M. Edsel, consegue ventilar o período bélico contando uma história de maneira isolada do seu contexto geral.

A originalidade, entretanto, não é cristalina. Um exemplo não tão longínquo é o filme Três Reis (1999, David O. Russel), cuja trama gira em torno de três soldados americanos – um deles interpretado pelo próprio George Clooney – tramando um roubo nas vésperas do final da Guerra do Golfo (1991).

A reunião de soldados alistados, de nacionalidades distintas, que não têm intimidade nenhuma com o uso de armas, dá graça ao filme. O elenco notório, apto a fazer graça com conteúdo, faz de Caçadores de Obras-Primas um filme leve e divertido, sem perder em consistência. E quem sai ganhando é o público.

Por: Tiago Canavarros

Trailer do filme Caçadores de Obras-primas.