O mais do mesmo do palavrório político
Interessante: começa a corrida eleitoral e lá se vão os candidatos a compor seus discursos. Elaboram palavras de ordem, criam frases de efeito, produzem slogans na tentativa óbvia de pautar os desejos dos cidadãos.
Ao elaborarem seus discursos a maioria dos candidatos lançam mãos de muitos recursos. Alguns, de fato conseguem convencer o eleitorado (ou enganar temporariamente o povo incauto). Outros, nas primeiras falas já se revelam e não atingem o objetivo de serem escolhidos, naufragando juntamente com seus marqueteiros, carregando a nau de verbetes com a qual tentaram transpor os mares da campanha.
Muitos termos usados pelos políticos concorrentes (pela maioria, pelo menos!), se analisados com um pouco mais de calma, dizem quem são e o que querem os ditos cujos. E se assim o fizermos, corremos bem pouco risco de sermos enganados novamente pelos mesmos grupos. Ou seja, há um “palavrório” comum que aparece nos mais diversos palanques e que, de alguma maneira, coloca no mesmo saco de gatos alhos e bugalhos. Senão vejamos. Um dos termos mais comuns nos tais discursos é a palavra “novo”. Recorrendo ao “pai-dos-burros” podemos achar os seguintes sinônimos para a palavra: que tem pouco tempo de existência; recente; que acaba de ser feito ou adquirido; que tem pouco uso; original. A partir destes significados todos, olhemos os candidatos pelo que se apresentam: “o novo”. A maioria deles, de alguma forma, estão ou estiveram ligados aos grupos políticos que ocupam o lugar de mando na cidade (isto, por si só, já lhes torna velhos!). E ainda que não estejam próximos do “politiquismo” local, sustentam-se em partidos com alguma trajetória nas disputas e apropriações de mandatos em diversos níveis (mais uma vez revelam uma idade grande!). Dá prá perceber então que, se não são figuras conhecidas do grande público, defendem as mesmas práticas já por aqui implantadas. Defendem, portanto, continuísmos os mais diversos, sejam familiares