O Liberalismo económico e o Romantismo
Introdução
O liberalismo, que se expandiu durante a primeira metade do século XIX após o iluminismo e as revoluções liberais, consistia numa doutrina política, social, cultural e económica que defendia a propriedade privada, a liberdade individual, a igualdade de todas as pessoas perante a lei e o respeito pelos direitos do cidadão. Simultaneamente, o romantismo, que foi a expressão da ideologia liberal, consistia na recusa da racionalidade clássica, na valorização da liberdade de pensamento, nas emoções, nos sentimentos, na natureza e no gosto pelos ambientes exóticos e medievais. Estes são os principais temas que irei abordar no decorrer deste trabalho.
O Estado como garante da ordem liberal
1. O liberalismo ideológico
Os direitos naturais ou direitos do Homem
Os objetivos principais do liberalismo consistiam sobretudo na oposição ao absolutismo (ou outra forma de tirania política), na defesa da livre iniciativa e no apoio às classes burguesas já que o liberalismo se centrava na defesa dos direitos do individuo, ou seja, nos direitos naturais que faziam parte da condição humana, sendo estes a igualdade perante a lei, a liberdade individual (liberdade política, religiosa, civil e económica) e o direito a propriedade privada. Nesta época destacou-se Benjamin Constant que era um escritor e político francês adepto do liberalismo (Fig. 1).
Fig. 1
Os direitos do cidadão
Segundo a ideologia liberal, o Homem era considerado um cidadão que podia intervir na governação podendo assim, participar na vida do seu país. Esta intervenção podia-se dar:
- através do voto para a escolha dos governantes;
- ao exercer os cargos para os quais tenha sido eleito;
- participando em movimentos cívicos.
Porém, havia algumas limitações: o direito ao voto era apenas exercido pelos cidadãos que possuíam um rendimento suficientemente elevado para pagar impostos (sufrágio democrático). Esta situação foi