o levante dos malês
Constituiu numa sublevação de caráter social, de escravos africanos. À etnia nagô (também conhecidos como iorubás) coube o papel preponderante: nagôs islamizados não só constituíram a maioria dos combatentes, como a maioria dos líderes. Mais de 80 por cento dos réus escravos em 1835 eram nagôs, sendo eles apenas 30 por cento dos africanos.1 Outras etnias africanas presentes em Salvador na época também desempenharam papel no movimento, como a etnia haussá (hauçá).2 Os negros nascidos no Brasil, e por isso chamados crioulos, não participaram da revolta, que foi feita exclusivamente por africanos.3
O movimento organizou-se em torno de propostas radicais para libertação dos demais escravos africanos que fossem muçulmanos, sendo que a tomada do governo constituía um dos principais objetivos dos rebeldes4 . "Malê" é o termo que se utilizava para referir-se aos escravos muçulmanos.5
A identidade étnica e religiosa desempenharam papel crucial para deslanchar o movimento. A maioria dos muçulmanos que viviam na Bahia era nagô. Embora outros grupos, como os haussá também fossem islamizados, coube aos nagô o predomínio no movimento.6 Eram nagôs os seguintes líderes: os escravos Ahuna, Pacifico Licutan, Sule ou Nicobé, Dassalu ou Damalu e Gustard. Também nagô era o liberto Manoel Calafate. Os outros eram o escravo tapa Luís Sanim e o liberto haussá Elesbão do Carmo ou Dandará, que negociava com fumo.7
O plano de ação dos malês
Planejada por elementos que possuíam experiência anterior de combate, na África, de maneira geral, os malês propunham o fim do catolicismo - religião que lhes era imposta -, o assassinato e confisco dos bens de todos os brancos e mulatos e a implantação de uma monarquia islâmica, com a escravidão dos não muçulmanos (brancos, mulatos e negros).
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