A revolta dos Males

A Revolta dos Malês: história e resistência na Bahia de 1835.

UNEB- Universidade do Estado da Bahia
Campus XIV
Licenciatura em História

RESUMO

A Revolta dos Malês foi um levante de caráter político e social, de escravos africanos islamizados, bastante instruídos, por vezes, até mais do que seus senhores, organizaram inúmeros levantes, tendo como principais participantes os de etnia nagô, que registrou-se nos dias de 25 a 27 de janeiro, na cidade de Salvador, então capital da Província da Bahia de 1835, tendo como principais objetivos a tomada do governo e a soltura os demais africanos mulçumanos.

Palavras-chave: Revolta, malês, africanos mulçumanos.

1 INTRODUÇÃO

Considerando que as revoltas sempre foram as formas de resistências utilizadas pelos escravos, partindo desses estudos podemos observar a revolta dos Malês de maneira espetacular em que o negro para resistir as diversas situações de opressão em que se encontravam, buscaram criar uma rede de aliança onde escravos libertos africanos participaram diretamente do movimento, pois estavam inseridos com as relações escravistas na cidade da Bahia, decorrente de uma rede cultural, institucional enraizada nas tradições étnicas africanas, mas readaptadas ao sistema escravista da província. Nesse contexto, os cativos urbanos gozavam de maior independência, pois obtinham mais oportunidade sem limites precisos a sua mobilidade e dignidade, no qual facilitou a organização do movimento de 1835, que tinha como objetivo a tomada do poder político na província da Bahia e a libertação dos outros escravos muçulmanos, diferente dos que os escravos rurais que eram limitados nas lavouras açucareiras. Sendo assim nagôs e haussás peças chaves na organização desse levante, que tinha por influências as multiplicidades de sentidos religiosos, étnicos e classistas, compreendida como um conflito que deflagrou oposição contra duas práticas comuns herdadas do sistema colonial português, a