Uma pesquisa empírica com 200 pessoas, de diferentes cidades do Brasil, de forma intermitente, no período de 1984 e 1986, constituída de questionários e entrevistas com os mais diferentes segmentos e faixas etárias da população, além de matérias provenientes de jornais, rádios, televisão, música e literatura, e claro o conhecimento do pesquisador de nativa acerca do assunto para um entendimento do mapa social do “jeitinho”. Um dos aspectos interessantes em relação ao jeitinho é seu caráter “universal”. Todos os entrevistados conhecem, praticam ou fazem uso das expressões “jeitinho brasileiro” ou dar um “jeitinho”. Pensando como algo utilizado por todos na sociedade brasileira do “contínuo ao presidente”, além do mais para se conseguir um “jeitinho”, é necessário apenas “boa vontade”, segundo a maioria dos informantes. Ao grosso modo, o “jeitinho” é sempre uma forma “especial” de se resolver algum problema ou situação difícil ou proibida; ou uma solução criativa para alguma emergência, seja sob a forma de burla a alguma regra ou norma preestabelecida, seja sob a forma de conciliação; esperteza ou habilidade. Acaba por sinalizar que o “jeitinho” leva à corrupção e o que caracteriza a passagem de uma categoria para a outra esta muito mais no contexto em que a situação ocorre e o tipo de relação existente entre as pessoas envolvidas do que, propriamente, uma natureza peculiar a cada uma. Também quem recebe um “favor”, fica a “dever” de quem o fez e se sente “obrigado” a retribui-lo na primeira oportunidade. Quem assim não procede é “ingrato” ou “cuspiu no prato em que comeu”. Estabelece também uma hierarquia de quem faz o favor e de quem recebe, credor fica em situação superior ao devedor. Acaba com isso nascendo uma reciprocidade, segundo dizem, “hoje é ele, mas amanhã pode ser eu”.
Também envolve a necessidade da confiança, é necessário pedir a alguém conhecido, é necessário conhecer com quem está tratando. O problema do jeitinho, diferente