jeitinho Brasileiro
Robson Stigar
Introdução
Embora o termo "Jeitinho Brasileiro" seja muito utilizado no nosso cotidiano, quase não se dispõe de bibliografias que tratem do assunto. Isto se explica pelo pouco interesse que o tema desperta entre os pesquisadores, como sociólogos, antropólogos, psicólogos etc.
Foi então que resolvemos nos utilizar principalmente da investigação sócio-antropológica de Lívia Barbosa – que realiza uma leitura crítica de algumas produções anteriores à dela - para tentar detectar alguns aspectos importantes e relevantes dessa prática social conhecida e legitimada por todos os segmentos sociais. Claro que também outras bibliografias de autores como Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e outros, também foram utilizados para melhor dar suporte à discussão.
As questões fundamentais que serão levantadas e analisadas por Lívia Barbosa seriam as seguintes: Porque o drama do jeitinho está relacionado com o subdesenvolvimento e se transformando em paradigma de nossa identidade?
Segundo, se o jeitinho é um mecanismo de ajuste, por que a sociedade brasileira lança mão deste em determinadas situações? E em terceiro lugar, por que nas últimas décadas com todo o desenvolvimento e avanço da técnica, da indústria, da racionalidade, o jeitinho está tão presente nos meios de comunicação e no nosso cotidiano?
Para ela, a resposta a essas questões está na adoção de uma perspectiva que privilegia o significado simbólico, isto é, deve-se desvendar o sentido real desse mecanismo e qual o valor que lhe é atribuído.
Assim, deve-se partir de uma análise na qual o jeitinho existe enquanto uma categoria nativa de identidade social e nacional que identifica determinados espaços e mecanismos situados entre o legal e o ilegal. Essas são as discussões que pretendemos realizar no decorrer do presente trabalho.
Formalismo e Jeitinho
Em sua obra "Administração e Estratégia de Desenvolvimento" (1966), o autor afirma que "o jeitinho é uma categoria