palacio de mafra
A época de D. João V caracteriza-se pela inexistência quase completa de quadros empresariais, pela falta de gente preparada para se servir da riqueza como instrumento criador de nova riqueza. Em Portugal, havia falta de elites em todos os campos: na cultura, na arte, na política, na economia. A inexistência de empresários activos conduziu ao não surgimento, nas épocas do ouro, de empreendimentos reprodutores de riqueza. O Tejo era apenas um porto de passagem de valores que afluíam a regiões de economia mais desenvolvida, produtoras dos bens que os portugueses consumiam mas não sabiam produzir. A Inglaterra foi a mais beneficiada dessas regiões. A abundância do ouro atraiu vários estrangeiros, que procuravam instalar indústrias ou eram encorajados pelo Estado a produzirem em Portugal os bens importados. A maior parte destas iniciativas saíram malogradas por falta de organização económica. A mais importante realização pessoal de D. João V foi o projecto de construção de um edifício gigantesco, de proporções que excediam de longe tudo quanto até então se edificara em Portugal: o Palácio Convento de Mafra.