O INVASOR

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ARTES CIÊNCIAS E HUMANIDADES

BÁRBARA PINHO CAMILLA MAMEDE LETÍCIA TEIXEIRA

ANÁLISE ADAPTAÇÃO ‘O INVASOR’

SÃO PAULO

2014

O invasor de Beto Brant é uma adaptação da obra de Marçal Aquino. O longa, lançado em
2002, faz parte de uma série de filmes desse período que retratam os contrastes, as desigualdades sociais, econômicas e culturais que existem no país.

Diferentemente do usual, a produção do romance e do roteiro ocorre simultaneamente. Marçal Aquino começa sua obra, e antes de terminá-la, auxilia Beto Brant na produção do filme.

A forma criativa da produção é feita pela objetividade da câmera somada com subjetividade da narração. A narração no romance é feita pelo próprio protagonista, já no filme a câmera é quem assume tal papel, utilizando de recursos como a focalização e o tempo em tela de cada personagem, além de também contar com a sonoplastia.

Diferente do livro em que a história possui continuidade pela narração de Ivan, o filme possui três segmentos diferentes. O primeiro começa com a contratação de Anísio e termina coma morte de Estevão e sua esposa. O segundo segmento inicia-se com a invasão de Anísio no espaço de Ivan e Alaor/Giba e termina quando Ivan descobre a farsa de Paula/Cláudia. Por último, o terceiro segmento acontece entre o momento de desespero de Ivan após a descoberta, a ida à delegacia e a cena final. (ATIK e BEZERRA, 2009). “Câmera está fixa e assim permanece por longo tempo. Até que começam a subir os créditos finais” (AQUINO,
2002, p. 232).

É a partir dos personagens que o leitor/espectador se adentra nas camadas mais profundas do significado contido na obra, pois eles fazem o romance parecer vivo. (CANDIDO, 1992). O personagem Ivan é caracterizado pela insegurança, paranóia e pessimismo, e por ser o narrador, carrega sua subjetividade na