o invasor
(Invasor, O, 2001)
Por Alexandre Koball Avaliação: 8.0
Um ótimo policial urbano ambientado nas ruas de São Paulo. O cinema nacional cresce.
Beto Brant mostra que o cinema brasileiro já voltou à fase adulta, e não nos faz depender apenas de eventuais sucessos (Cidade de Deus, por exemplo), pra ser respeitado. Isso mesmo, O Invasor é um filme ousado, inteligente, com uma fotografia inovadora, realista, mas acima de tudo, é um filme bom pra cacete, que faz pensar mas também entretém o espectador. Temos como figuras centrais Ivan (Marco Ricca) e Gilberto (Alexandre Borges), dois amigos e sócios de uma construtora, juntamente com Estevão (George Freire). Acontece que este último, o sócio majoritário, está criando problemas para os outros dois, ameaçando desfazer a sociedade. A solução encontrada é contratar um assassino de aluguel (o titã Miklos) para acabar com Estevão. O que eles não esperavam é que, após o serviço feito, Miklos, com seu jeito de bandido malandro, do tipo “não tou nem aí pra esses caras”, resolve se intrometer na empresa. Acuados, Ivan e Gilberto não podem fazer nada a não ser ver esse completo e perigoso desconhecido fazer parte do dia-a-dia da construtora. O melhor de O Invasor é ser um suspense policial tenso desde o início, ajudado pela ótima atuação de Paulo Miklos e sua cara-de-pau para se intrometer nos negócios dos outros personagens. O ator-cantor se dá muito bem em sua estréia na profissão, embora cometa erros primários em um ou dois momentos (o principal é olhar para a câmera quando não devia). Ele tem inclusive um monólogo rápido em frente ao espelho imitando De Niro em Taxi Driver. As coadjuvantes Mariana Ximenes (que já fez papel de patricinha em algumas novelas da Globo), e sobretudo Malu Mader (como é bom vê-la de novo na tela), estão ótimas no filme, esbanjando sensualidade e bastante talento também. Ximenes talvez tenha o papel mais ousado de sua carreira, até o momento, com seu