O impácto do Dólar

Introdução

O maior sinal de que há algo de estranho nos Estados Unidos é a cotação do dólar. Desde a campanha eleitoral de 2002, quando atingiu seu pico no Brasil, o dólar já perdeu mais de 50% de seu valor. Tal queda não se deve apenas à saúde da economia brasileira. O dólar está desabando no mundo todo. Com a estabilidade e a maior integração do Brasil na economia global, o impacto da crise tende a afetar mais a produção. O crescimento de 5% ao ano, como deseja o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deverá ficar mais difícil. A crise, descrita por Lula como “eminentemente americana”, deverá esfriar a demanda internacional. Vai ficar mais difícil vender lá fora. Os preços de produtos como minério de ferro e soja, cujo peso é decisivo na balança comercial brasileira, poderão cair. Ao final, isso deverá afetar o nível de emprego e o lucro das empresas. “As expectativas em relação ao desempenho da economia nos próximos meses já começam a afetar o ambiente econômico na América Latina”, diz um estudo da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, em conjunto com o instituto alemão de pesquisas econômicas IFO.

O impacto do dólar fraco
É impossível prever o que acontecerá daqui para a frente. Mas já é possível, segundo vários exportadores, verificar o que a nova realidade cambial provocou até agora -- um estrago na margem de lucro daqueles que fazem negócios no mercado internacional. A Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) calculou em 4,1% a perda média de rentabilidade das exportações neste ano até outubro. Diante disso, várias empresas iniciaram um processo de revisão de planos para os próximos meses. O ímpeto de conquistar clientes no exterior observado nos últimos dois anos, motor do recente crescimento econômico do país, não será mais o mesmo. O ministro Luiz Fernando Furlan, do Desenvolvimento, projeta para 2005 receitas de 100 bilhões de dólares, apenas 5% acima das obtidas neste ano.
Como as importações