O impacto de Freud
As conceções de Freud sobre o psiquismo – por agora pouco aprofundadas –
despertaram muita polémica na sua época e foram mal recebidas. Em primeiro lugar,
a ideia de que somos governados e movidos por desejos e impulsos inconscientes
feria um preconceito moral – o de que somos agentes conscientes dos motivos dos
nossos atos. Em segundo lugar, a ideia de que esses desejos inconscientes são,
maioritariamente, de natureza sexual, violentava a “consciência moral” de uma
sociedade que, aparentemente, reprimia profundamente as manifestações da sexualidade
(Freud afirmava que os impulsos sexuais reprimidos desempenhavam um importante
papel nas doenças nervosas). Em terceiro lugar, num momento em que os psicólogos
sob a influência do behaviorismo rejeitavam a ideia de Psicologia como estudo da
consciência e dos estados conscientes (por estes não serem objetivamente observáveis),
Freud não podia deixar de causar enorme estranheza porque identificava a Psicologia
com o estudo dos processos mentais inconscientes, algo “muito menos observável” do
que os fenómenos psíquicos conscientes.
Qual o objeto de estudo da psicologia para Freud? Para Freud, a psicologia estuda os
processos mentais (sobretudo os fenómenos psíquicos inconscientes) e a influência que
exercem sobre o nosso comportamento e a nossa personalidade.
Devido ao contributo de Freud quando atualmente definimos a Psicologia como
o estudo científico do comportamento e dos processos mentais por estes últimos
entendemos não só os processos mentais conscientes como também os inconscientes.
1.Em que consiste a revolução psicanalítica.
Há alguns anos decorreu na Escola Secundária Professor Reynaldo dos Santos uma
conferência sobre a psicanálise. O orador era um psicanalista. Boa parte da sessão
foi muito teórica. Contudo, perto do final, um aluno teve a feliz ideia de pedir ao
conferencista que falasse da sua