o homem e a tecnologia
Variadas foram as tentativas de respondê- la e uma maneira freqüentemente utilizada para balizar a pergunta sobre o que caracteriza especificamente o ser humano foi compará-lo àquilo que ele não é, mas que lhe é, de certa forma, próximo: os animais.
Aristóteles, por exemplo, dizia que o homem era o único animal racional, e considerava, pois, a racionalidade como a característica que distinguia o homem do animal. Para Descartes, o animal era apenas um autômato, que agia por condicionamento, e não possuía pensamento.
Rousseau, ainda se utilizando da analogia com os animais, defendia que o que os distingue, de fato, do ser humano é algo que ele denominou "perfectibilidade". O nome vem de um neologismo um tanto inusitado, mas seu significado é por ele esclarecido: a perfectibilidade é a capacidade que o homem possui de aperfeiçoar-se.
Atualizando um pouco a distinção, poder-se-ia dizer que é como se os animais viessem com um software instalado de fábrica, o qual os condiciona e limita durante toda a existência. Já os humanos seriam, nesse sentido, ilimitados, porque são seres que se aperfeiçoam, desenvolvem cultura, fazem história.
Enquanto um pombo morreria de fome diante de um pedaço de carne ou um felino frente a um punhado de grãos, pois são programados por natureza a alimentar-se diversamente - de modo que ambos nem sequer experimentam novas possibilidades -, o homem é um ser que supera determinações naturais.
Não sendo condicionado por natureza, o homem é capaz de vivenciar novas experiências, de inventar artefatos que o possibilitem, por exemplo, voar ou explorar o mundo subaquático, quando não foi dotado por natureza para voar e permanecer sob a água.
ART RENEWAL INTERNATIONAL
Édipo, o viajante, de Gustave Moreau. Na mitologia grega,